Dungeon Capturer ♦ Parte 1 - Dantalian ♦ Missão para Takane Shion, Arya Starlust e Lyon Walker

[Takane Shion]

Dungeon lxxi:
Biblioteca Mistica Dantalian

O céu dentro do jarro

Há aquele momento que você começa a andar, sem entender porquê começou está caminhada. No meio do caminho, você começa a gritar e novamente se pergunta a razão de estar erguendo a voz.

Mas…

A lua sussurra silenciosamente, com uma voz desconhecida por todos. A maré cresce e diminui. As cenas desaparecidas de minhas memórias estão secretamente gravadas pelas estrelas, com uma linguagem que não pode ser decifrada. Incontáveis palavras formam uma espiral e milhares de livros nascem.

O céu é aberto demais para pessoas como eu. As gravuras do tempo são rápidas demais para mim. Nada sei, sem propósito algum, e até as palavras que coletei estão condenadas a murchar na terra. Mesmo assim, eu grito, sem entender por que ergui a voz. Pelo menos o eco alcançara os céus e mesmo o sol, alguma hora vai nascer.

Até mesmo as pessoas comuns já haviam notado que havia algo errado. Áreas eram colocadas em quarentena sem motivo algum. Todos na Academia Hazama pareciam receosos, quase nervosos... o que estava acontecendo por ali?

Antes que percebêssemos, porém, dois meses haviam se passado. E então, já era verão. Liberados das provas e do estresse da escola, voltamos para casa. Esquecemos.

Essa deveria ter sido a verdade.

Os adultos sempre escondem algo das crianças, então temos que procurar por debaixo dos panos os seus restos.

Havia algo de errado.
Algo com muito poder envolvido.

Tudo isso começou em uma simples tarde de verão, com quatro pessoas que estavam separadas por uma distancia enorme acabaram se encontrando.

Código:

Objetivos da missão:

- Conquistar as quatro Dungeons
- Haruka, Takane, Arya e Lyon tornam-se Dungeons Capturers
- Ter a verdade sobre as Dungeons esclarecidas
- Conseguir objetos mágicos nas Dungeons

Código:

Objetivos da primeira parte:

- Conquistar a 71ª Dungeon, localizada na França
- Takane torna-se a contratante de Dantalian
- Takane, Haruka, Arya e Lyon tornam-se Dungeon Capturers
- Takane, Arya e Lyon firmam uma aliança entre a família Pheles e o clã Shion

Código:

Sobre o primeiro post:

- Takane e Haruka estão no Japão, na casa da avó da aluna. Takane já tem a caixa deixada por Haruka na auto-narrada "O passado de Haruka".
- Arya e Lyon estão na mansão dos Pheles, na França.
- Lyon deve descobrir algo sobre as Dungeons e, de alguma forma, contatar a primeira pessoa que lhe vem a mente; Takane e/ou Haruka.

Código:

Ordem de postagem (primeira rodada):

- Masterpost (responsabilidade de Takane no momento)
- Lyon
- Takane
- Arya
- Masterpost

Código:

Baseada no mangá e anime Magi

[Lyon P. Walker]

A Devil in the World

14 ● Dantalian ● Pheles ● Satalin

Eu realmente estava feliz por poder voltar a minha casa, os últimos dois meses na academia foram realmente cansativos. Não pude conter a felicidade de rever os funcionários da mansão, principalmente Arion, o guardião da família Pheles, ele também descendia de demônios, Azazel, o deus infernal das armas. Também quase morri de felicidade quando revi Arya, realmente, fazia muitos anos que eu não via ela.

A mansão realmente tinha cheiro de “lar doce lar”, eu subia o lance de escada na sala principal umas cinco ou seis vezes todo dia, ela era tão grande, que você nem precisava de uma sala de ginástica.

Passava das três da tarde, Lyon rebatia todas as bolas de baseball que Arya jogava em sua direção, apesar do corpo frágil da outra, ela tinha um força absurda, e um trabalho de pés impressionantes.

- Sabe Arya... – Comentei distraído, enquanto rebatia mais uma bola.

– Dois meses atrás, os funcionários lá da academia estavam botando áreas em quarentena... – vush, foi a primeira bola que eu errei.

Limpei o suor da testa.

- O que você acha que pode ser? – A maioria dos alunos haviam esquecido sobre esse assunto com o começo das férias, mas eu não era esse tipo de pessoa.

Se eu me lembro bem, a mansão da minha família tinha um biblioteca de 200 andares no subsolo, os mais diversos livros dos mais diversos assuntos se encontravam ali, praticamente todos os livros do mundo estavam lá.

O único problema: Todas as pessoas da mansão eram proibidas de entrar lá, apenas meu pai podia, e só ele sabia a entrada. Aliás, só eu e ele sabíamos a entrada.

Havia mais uma coisa ali também, o fato de uma miniatura do Lyon na versão chibi estar se securando na aba do boné do garoto.

►

No mesmo dia, 10 horas da noite, Lyon estava deitado na sua cama, as suas mãos serviam de travesseiro para sua cabeça enquanto o mini-lyon passeava sobre a barriga do Lyon maior.

- Ei, Lyon - O pequeno falou. - No que você está pensando, desde aquele dia, eu nunca te vi com essa expressão séria...

- Pensando naquele caso das áreas interditadas...

- Ah cara! Esquece isso!

- Não, se eles estão interditando áreas, é por algum bom motivo...

- Ah, isso é obvio... - O mini-Lyon sentou-se sobre o peito do maior. - Sabe, eu ouvi um dos funcionários comentando sobre serem cavernas, cuja quem completa elas ganha fortunas para uma vida toda.

Eu ri, se o meu pai ouvisse isso, ele iria ficar louco e mandaria a armada inteira da frança ir atrás dessa caverna.

- Uma caverna que possui riquezas no final? - Refleti. - Uma dungeon? Tipo como naqueles jogos de RPG?

O mini-Lyon assentiu com a cabeça.

Um sorriso maligno se abriu no meu rosto, se tinha uma coisa que eu gostava, essas coisas eram aventuras. Peguei o meu "conselheiro" e o coloquei sentado sobre meu ombro e me levantei da cama.

Abri a porta do quarto sem fazer barulho e com cautela, olhei para os lados para conferir se nenhum funcionário vinha, então entrei no quarto novamente e tranquei a porta. Fui até a janela e abri-a.

- Ei, o que você está pensando em fazer?

- Entrar na biblioteca da família e recolher informações...

- Tem certeza? - Assenti com a cabeça e pulei pela janela do 3° andar da mansão.

►

Felizmente, a queda foi macia graças aos arbustos que rodeavam todo o perímetro da masão, a sorte também que o meu quarto ficava virado para a quadra de tênis: A entrada para a biblioteca. Sim, estranho, não? Mas é, debaixo do primeiro tapete de grama havia um alçapão.

As escarias que levavam ao primeiro andar da biblioteca eram realmente assustadoras, parecia até a entrada de uma pirâmide, e uma múmia estava te esperando lá embaixo. A biblioteca em si também não era lá essas coisas, tinha aspecto velho e estava totalmente empoeirado.

- Rion, tem mais alguma informação sobre essas tais dungeons?

- Sim! A única coisa que eu sei é que ela tem nomes de gênios.

- Tipo... Gênios, da lâmpada? - Perguntei. - Mitologia Arábica?

- Por aí! Eu acho que no livro de salomão tem falando mais sobre isso.

- Mitologia... andar 78°... - Sussurrei para mim mesmo.

►

Felizmente, para uma biblioteca de 200 andares, ter apenas uma escada seria bastante triste, por isso existia um elevador de serviço. Demorou mais ou menos 10 minutos até Lyon e Rion chegarem no 78° andar.

- O nome do livro é "A pequena chave de salomão".

- Achei!

- Tão rápido... - Rion sussurrou para ele mesmo.

O livro realmente estava empoeirado, tipo, muito. As mesas que tinham por ali também não eram as coisas mais limpas que você provavelmente já tinha visto.

Demorei um pouco até achar uma página onde estavam citados nomes de 72 demônios e o que cada um fazia... Um deles era Dantalian. O resto do livro não falava nada sobre dungeons ou coisas relacionadas.

- Rion, pode trazer para mim um livro sobre a mitologia arábica?

- Hai! - Então ele pulou do meu ombro.

Li o nome de cada um dos demônios citados, sei não por que, mais o que mais me atraiu foi esse tal de Amon, o rei que reina sobre o fogo.

Um impulso inconsciente me fez segurar o pingente de coração do jogo Kingdom Hearts amarrado ao meu pescoço.

Rion voltou com outro livro empoeirado e o colocou sobre a mesa com muito esforço.

- Arf! Por que diabos livros são tão pesados?

Ignorei a pergunta dele, pegando o livro sobre a mitologia arábica e folheei ele até o sumário.

"Dungeons, dungeons, dungeons..." Repetia em minha cabeça.

Admito que me alegrei ao encontrar o tal tópico que eu fui tão rápido para a página designada que eu nem eu mesmo vi as páginas sendo passadas.

- ACHEI! HAHÁ!

Comecei a ler as páginas e vi as relação que ela tinha com a pequena chave de Salomão.

O fato dos demônios serem citados como Djinn's ou gênios da lâpada sempre no final de cada dungeon. "Preciso avisar a alguém"

Antes de se dizer "Dungeon" eu já estava de volta ao meu quarto, discando o número de uma pessoa que tentou tirar a vida de Rion alguns meses atrás.

- Alô, Haruka?

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[Takane Shion]

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Eu havia lido aquela carta tantas e tantas vezes naquele verão que ela já havia ficado totalmente lisa, o que antes era um pedaço de papel cuidadosamente dobrado.

Há algo que eu quero te contar.
Eu tentarei colocar tudo em palavras nessa carta, mas quero te contar pessoalmente, Takane. Então, quando eu te encarar nos olhos e finalmente tiver coragem para dizer isso, eu vou entrega-la para você.

Desde que eu havia recebido aquela carta... bem, sinceramente, a minha vida mudara para melhor. Eu finalmente havia entendido os meus verdadeiros sentimentos. Alguma coisa sobre Haruka finalmente fazia sentido.


De qualquer forma, o resto das férias não havia sido tão bom assim.
O meu guardião tivera um ataque pouco antes das aulas acabarem. Havia sido realmente grave dessa vez. Em Sollas, não haviam médicos capacitados para cuidar dele.
Então... bem, eu havia me vendido aos Enomoto.

Agora... estávamos hospedados na casa de Usuki Enomoto.

A minha avó era uma aliada útil; antes do casamento, ela já ocupava uma posição bem alta entre o clã e essa aumentou ainda mais depois de conhecer o meu avô, o líder da época. Agindo como a melhor agente tripla que eu conheço, eu e a minha avó tínhamos uma relação um pouco distante. Ela não era uma avó carinhosa e boazinha; na realidade, era bem rígida. O laço que existia entre nós era como o de uma mestra e uma aprendiz.

Pessoalmente, eu não havia feito nada essas férias. Metade dos dias haviam sido gastos no hospital e metade em casa, embora esses houvessem aumentado consideravelmente desde que Haruka recebera alta.

Eu também visitara o cemitério local. Havia deixado flores no tumulo de Ayano e Hiyori pelo irmão dela. Eu gostaria de tê-la conhecido. Se Haruka se importava tanto com ela daquela maneira, provavelmente ela havia sido uma ótima pessoa.

De qualquer maneira, não haviam Shions naquele cemitério. Nunca haviam.


Fui despertada dos meus devaneios por Haruka.
Meu coração deu um salto ao vê-lo de yukata.

Ah, sim. A minha avó administrava um ryokan como passatempo. Poder aproveitar um onsen na última semana havia sido ótimo. Não era época dos turistas na cidade, então eu e Haruka tínhamos o banho publico só para nós dois e a minha avó nós criticava por isso.

Acho que devo explicar a relação entre Usuki e Haruka.
Bem... o meu guardião era o neto que a minha avó havia pedido aos céus. Eles haviam se dado bem no momento que haviam se conhecido, quando finalmente haviam me permitido visitar o garoto no hospital.

Era alguma coisa impossível imagina-los como amigos. Suas personalidades eram completamente diferentes; Usuki-san era a encarnação da disciplina e da sabedoria enquanto Haruka... Haruka era Haruka.

- B-Boa tarde...

- Ah, cala a boca e senta aqui logo - comentei, o puxando e o fazendo se sentar na sacada comigo. O garoto desviou o olhar, envergonhado; acho que era uma das primeiras vezes que ficávamos verdadeiramente sozinhos desde que o garoto tivera um ataque.

Um silêncio tenso se instalou entre nós.
Começamos a corar sem motivo algum.

- O-O dia estão lindo, não?

- É... - timidamente, eu aproximava a minha mão da dele, na esperança que o garoto não notasse. Ele olhou para mim e eu a recolhi tímida e rapidamente.
Ele a pegou. Eu corei, não conseguindo olha-lo nos olhos. Haruka ficou envergonhado e também desviou o olhar.

- Aquela tela no seu quarto... ela é sua? - o garoto perguntou de repente. O meu rosto ficou branco.

- Eu ia te mostrar quando acabasse, juro... ! - eu tentava me justificar. O garoto começou a rir, o que me deixou ainda mais envergonhada.

- E aquela menina... suponho que ela seja Hiyori?

- Eu... eu fui visitar o tumulo dela semana passada - comentei, corando bastante. Aquilo era algo bastante intimo de Haruka; eu não tinha o direito de interferir - Você havia dito que ela se parecia comigo. Então...

A minha voz sumiu.
Ayano era a única pessoa que havia morrido que eu realmente considerava uma amiga e eu só a conhecia a seis meses. Não era um tipo de relação que poderia se comparar a de dois irmãos.

- Desculpa, eu não deveria ter entrado no seu quarto...

- Qual a diferença? Eu provavelmente vou passar a minha vida inteira tentando acabar aquela pintura - comentei. Unindo as mãos, eu as coloquei na frente da boca, como se estivesse horando - É melhor que você visse isso agora.

- As vezes eu penso que tudo nesse mundo tem uma razão - ele me segredou, distraído - Essa é a única explicação para eu ser o único a ter matado aqui.

- Mas...!

- Takane, é a ordem natural das coisas. Se você deseja esperança, recebe uma dose equivalente de desespero - a sua expressão era melancólica - A felicidade desaparece e o mundo continua em paz.

- Você está dizendo que a razão de termos sofrido tudo o que sofremos foi para que alguém ficasse feliz, Haruka? - ele ficou mudo - Esse mundo segue um cruel e irracional "sistema"; isso é tudo. Estamos presos dentro dele e...

- Devemos encarar isso de frente?
Foi a minha vez de ficar calada. Ele havia colocado a mão suavemente sobre a minha bochecha e agora a acariciava com delicadeza.

- Se a culpa disso é de algum deus, eu terei uma conversinha séria com ele. Você não merece o que passou.

- Nem você - ele tinha uma expressão indecifrável no rosto. Haruka lentamente me conduzia para mais perto dele - Mas... graças ao que você passou e nós passamos, estamos aqui agora. Eu acho que não faria nada diferente. Só nos resta mudar o futuro de agora em diante...

Cinco centímetros separavam os nossos rostos, talvez menos. Eu lentamente fechava os olhos enquanto escutava a respiração rápida e quente do garoto atingir levemente o meu queixo e...

No instante que o celular de Haruka tocou, eu quis joga-lo longe. Nós dois nos afastamos, basicamente pulando um para cada lado. Eu apoiei levemente a minha mão no meu peito.

Calma, coração... mais devagar... mas por favor, não pare de bater...

- Lyon? Ah, oi... sim, sou eu e... - a voz de Haruka mostrava que ele estava a ponto de um ataque cardíaco, como eu. Quis xinga-lo de covarde; fora ele tivera a ideia de nos...
Meu cérebro travou naquela palavra.

Eu ignorei a conversa que Haruka estava tendo com Lyon por alguns instantes. Tentava estabilizar meu pulso em um ritmo que parecesse que o meu sangue não ferveria de tão rápido que estava correndo, mas que não parasse completamente. Meu coração não colaborava, sempre querendo estar em um dos dois extremos.

Então o garoto começou a ficar com um brilho diferente no olhar.
E-eh, isso era um mal sinal.

Eu arranquei o telefone dele.

- Olha, Lyon. Eu não sei o que você disse para o Haruka, mas a resposta é não e... Dantalian, você disse? - eu subitamente comecei a prestar atenção - O que é isso? Dungeons? Cavernas? Gênios? Não... fale mais devagar, criatura! Ah... Aham. Aham. Não, não se fala "dijim" mas... ah, esquece. Não. Nós não... DEVAGAR! Seu...! ADEUS!

Joguei o celular para Haruka, irritada.

- "Pergunte ao Haruka, ele sabe" - falei, irritada - Ele disse.

==/==

Isso nos trás ao presente.

[Apenas Administradores podem visualizar imagens]

Você nunca confundiria a minha avó com alguém que trabalha em um ryokan. Em um yukata, o máximo que você poderia pensar é que ela era uma cliente ricaça ou algo do gênero. Com a postura de executiva nascida na juventude e rosto severo, Enomoto Usuki honrava o nome de Loba Cinzenta com seus penetrantes olhos verdes e cabelos grisalhos. Ela teve filhos velha, com uns trinta anos, então é provável que tivesse por volta de uns setenta, por mais que não aparentasse.

- Lampadas maravilhosas? - ela parecia ligeiramente surpresa de termos comentado o assunto. Eu tomei folego, pensando no meio de deixar aquela história menos fantástica.

- Recipientes de metal - corrigi, tentando não rir daquilo. Havia parecido bem sério na hora que Lyon havia dito, mas agora... - Desenvolvemos uma teoria. Com uma margem de acerto de mais ou menos 50%, registros como "O livro para derrotar Apófis" e a "Odisseia", os fatos envolvendo monstros e deuses tem se provados verídicos. Então... por que não as "Mil e uma Noites"?

- Ainda não entendi onde você quer chegar com essas "Dungeons"...

- Com licença... - Haruka pediu e se levantou, apresentando alguns documentos para a minha avó - Usuki-san... um amigo nosso tem feito pesquisas, bem... ilegais no assunto. De seis meses para cá, diversos lugares no globo tem sido postos em quarentena. Um Phoenix, Arizona, fotos de uma torre gigantesca foram tiradas antes de evacuarem a área...

- Vocês estão me pedindo patrocínio para uma viagem para França, no final das contas?

- Sim, isso mesmo.

- Não seria apenas por isso - disse Haruka, tentando soar firme - Também seria uma visita diplomática. Ficaremos hospedados na casa da Família Pheles e podemos prosseguir as negociações de lá; Takane tem ótimas relações com o herdeiro deles, Lyon Walker. Se o filho ajuda-la, eles podem convencer o pai e saímos de lá com uma aliança em um território onde os lobos puro-sangue são fortes: a França.

- De certo... eles não nós reconhecem como sangue de seu sangue. Porém Shion é basicamente uma meio-sangue, igual a nossa matriarca e sabemos que ela tinha apoio dos da especie de sua mãe. Se conseguirmos criar uma relação estável com os remanescentes do reino de Saillune...

- Eu estou aqui - lembrei - Então... temos a permissão para sair da cidade?

- Tenho certeza que ouvi rumores entre os Enomoto sobre isso - Usuki comentou, pensativa - Acho que há uma pesquisa, ordenada pelo meu filho. Certo, irei checar e arranjarei a escolta para vocês dois com os que estão do nosso lado. São poucos, mas tenho certeza que ficarão felizes em te servir, Shion.

- Sério? Obrigada, vovó! - eu a abracei, parecendo um pouco infantil. Por um momento, ela pareceu surpresa, então sorriu e retribuiu o gesto.

- Arrumem tudo o que precisarem hoje - ela instruiu, suspirando - Shion, passe a andar armada até dentro de casa agora. Não sabemos a hora que será mais oportuna, mas podemos nos mover amanhã.

- Nós dois poderíamos ir sozinhos...

- Haruka-kun, o inimigo de vocês não é um monstro - Usuki lembrou a nós dois, com um sorriso piedoso no rosto - Ele é humano, portanto é capaz de coisas bem piores.

the end of the night

t a n k s b e e c k y ♥ oops

[Arya P. Starlust]

The revenge choir;

Aristocrats beautifully attired
In a world filled with the smell of roses.

Eu bufei ao ouvir aquela história de Lyon, ele tinha o costume de fazer tudo sozinho e ser bem irritante. Mas eu nunca conseguia ficar com raiva dele de verdade, meu irmão era a única pessoa no mundo com a qual podia contar e amava de verdade.

Mas não havia ficado parada enquanto ele se divertia na biblioteca subterrânea, nem sou boba de não ter percebido suas intenções.

O lugar era desconhecido pra mim, porém, fiquei de orelha em pé desde aquela conversa durante o jogo de baseball. Confesso que aquele assunto havia me chamado atenção, afinal, não é todo dia que colocam áreas em quarentena sem um motivo aparente. Procurava esquecer aquilo, entretanto sempre voltava à minha mente.

Lyon andava com uma expressão muito séria, e Arya o conhecia bem demais para que não suspeitasse de suas intenções. Havia mandado Ariel, o seu mascote, uma ave Elemental do vento, segui-lo.

O animal obedecia fielmente às suas ordens, e ao vê-lo pular a janela de seu quarto, voltou imediatamente para avisá-la.

- Você não me engana, espertinho!

Sorri e o segui até um alçapão que levava à biblioteca da família. Graças às minhas passadas leves, Lyon não notou que o seguia, até por que ele parecia concentrado demais no que ia fazer ali.

Vi o elevador parando no 78° andar e fui até lá logo em seguida. O lugar era realmente impressionante, embora estivesse precisando urgentemente de uma limpeza, a poeira fazia meu nariz coçar. Precisei reprimir vários espirros para que ele não me notasse ali.

Infelizmente não consegui muitas informações ali, já que ele lia sem dizer uma palavra a respeito. No final, só consegui algo depois que escutei a conversa dele ao celular, fiquei atrás da porta, encostada com Ariel ao meu lado.

Não esperei nem dois minutos depois que meu irmão desligou o celular, chutei a porta com toda a força que tinha, escancarando-a e quase a arrancando das dobradiças.

Não foi necessário que eu proferisse uma palavra para que ele entendesse a situação, apenas sorri docemente, ouvindo suas explicações.

-----------------------------------------------

E aqui estou eu, dirigindo-me para o aeroporto para buscar Haruka e Takane, os amigos que Lyon havia falado.

Estava ansiosa para conhecê-los e um pouco nervosa, apertava os punhos cerrados contra o assento macio da limusine. Ele havia me dito tudo com aquele jeito entusiasmado e contagiante, deixando-me animada para fazer parte daquilo. Insisti até não poder mais para participar, disse até que iria buscá-los no Aeroporto. De certa forma, estava feliz com aquilo.

Arion era quem conduzia o automóvel até o ponto de encontro, minha mascote encontrava-se ao meu lado acariciando a cabeça em meu braço.

- Arya, não fique tão nervosa, vai dar tudo certo

- Eu sei Ariel

Respirei fundo.

- Acho que eu só preciso... De um pouquinho mais de autoconfiança

Forcei um sorriso, olhando para os prédios e lojas que a limusine ultrapassava velozmente. Foram apenas quinze minutos, mas para mim pareceram horas, enquanto minha mente vagueava para outro lugar.
Toda aquela história sobre Dungeons, Djins... Era tudo tão incrível! Estava realmente animada com a possibilidade de explorar aquelas torres, mal podia esperar e vários sentimentos misturavam-se dentro de meu peito. Lyon havia me falado sobre os 72 demônios, entre eles estava Dantalian, um tal de Amon e um outro que havia ficado gravado em minha mente... Paimon. Ficava me perguntado qual seria a aparência deles...
A limusine parou subitamente, despertando-me de meus pensamentos. A enorme construção estava diante de mim, com suas luzes e pessoas entrando e saindo, armadas até os dentes com suas malas e pertences. Arion abriu a porta para mim, eu sai e sorri para ele.

- Estarei de volta em breve, Arion, espere aqui por mim

O mordomo assentiu, enquanto me observava adentrar no Aeroporto. Alguns seguranças tentaram me impedir de entrar por causa de Ariel, mas assim que souberam que eu era membro da Família Pheles, abriram caminho sem protestar.

Fiquei aguardando ao lado da sala de desembarque, era impossível que não me reconhecessem com uma ave Elemental empoleirada em meu ombro. Suspirei, tentando me acalmar.

- Takane e Haruka...

Repeti os nomes deles em um sussurro, juntando as palmas das mãos e rindo comigo mesma, olhando para o relógio vez ou outra, esperando pelo momento em que finalmente os encontraria.

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[Takane Shion]

E assim, cada um de nós começou a se preparar a sua maneira. Estávamos confusos sobre o que as Dungeons poderiam ser, mas era obvio que aquilo não era brincadeira de criança; havia poder envolvido. Artefatos mágicos cobiçados pelos mais poderosos magos e lutadores da era. Criaturas potencialmente desconhecidas e com poderes fantásticos.

Todos haviam começado a se mover. Enquanto Takane e Haruka se preparavam para deixar a casa de Usuki e temendo a perseguição iminente, Lyon cuidava da pesquisa e sonhava alto com as Dungeons. Arya, desconfiada das intenções do irmão, iria receber os convidados antes que tivessem a chance de encontrar o garoto.

Todos nós sabíamos que precisávamos chegar aquele lugar antes dos adultos. As nossas justificativas eram várias... "Precisamos impedi-lo de conseguir mais poder". "Eu quero ficar mais forte". "Apenas... apenas que isso faça sentido". "Eu não consigo parar de pensar nisso!". "Preciso impedir aquele idiota de fazer alguma besteira".

E com essas várias justificativas e um objetivo em comum, a nossa pequena aventura começou.

Código:

Sobre o primeiro post:

- Takane e Haruka estão no Japão e embarcam para a França, para encontrar Lyon.
- Arya está esperando os dois no aeroporto.
- Lyon está na mansão dos Pheles.

Código:

Ordem de postagem (primeira rodada):

- Masterpost (responsabilidade de Takane no momento)
- Takane narrando a saida da cidade, a viagem e a chegada a França.
- Arya narrando o encontro com Takane e Haruka e a ida até a mansão.
- Lyon narrando o que ele fez na casa e a chegada de Arya e Takane (apenas de vista).
- Takane narrando o encontro com Arya e a ida até a mansão.
- Lyon narrando o seu encontro com Takane, Haruka e Arya.
- Masterpost

Código:

Baseada no mangá e anime Magi

[Takane Shion]

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Eu estava sentada no chão e ignorava o som da rádio que vinha dos fones de ouvido ao redor do meu pescoço. Dobrei a carta cuidadosamente e a guardei na caixa, dentro de seu envelope.

Era apenas uma caixa de madeira comum, com um jogo engraçado de cadeado e chave que provavelmente haviam sido feitos por Haruka nas horas vagas; alguma coisa extremamente antiguada para um espirito livre como ele. O que interessava não era a aparência da caixa e o conteúdo provavelmente não importaria a maioria das pessoas; havia um diário grosso e velho, uma centena de cartas datadas de cerca de onze anos atrás até o presente e um par de lâminas como facas, com o formato que lembrava levemente as pontas de uma lança.

Basicamente, tudo o que eu sabia da história de Haruka estava ali. Seus medos, seus terrores, seus pecados. Os vazios da minha mente também estavam narrados ali, dos tempos que eu havia esquecido.

Takane-san e eu encontramos um gato hoje. Duvido que nos deixem ficar com ele, mas podemos cuida-lo caso continue a viver aqui no templo...

Takane-chan me contou uma história bem divertida hoje e me emprestou um dos livros dela. Ela é bem criativa, diferente de mim. Eu adoraria ler algo que ela escrevesse um dia...

Hoje, eu ensinei a Ta-chan a jogar baseball. Ela demorou um pouco a pegar o jeito, mas é bastante boa. Isso não mudou o fato que quase fomos apedrejados quando perguntamos aos outros se queriam jogar mas...

Antes de perceber, eu já havia revirado o fundo da caixa. Corando, comecei a reorganizar as cartas; as mais recentes em cima e as antigas em baixo.

- Takane? - Haruka entrou no quarto, tímido. Ele já havia se arrumado para a viagem; no lugar do yukata azul, vestia uma a usual camiseta de mangas compridas que ele usava casualmente e uma jaqueta preta por cima, além de calça jeans. Juntado isso a pele pálida, aparência doentia e cabelos desgrenhados do garoto, lhe davam uma aparência um pouco rebelde. Meu coração começou a bater duas ou três vezes a mais por minuto.
Eu ri um pouco dos meus próprios pensamentos e sorri para o menino. Ele sorriu de volta e eu me lembrei que a pessoa que estava na minha frente era Haruka, não qualquer outra pessoa; havia o seu rosto inocente, seu rosto sério. Kokonose Haruka tinha vários rostos e eu estava ansiosa para encara-los.

Mas finalmente eu entendi porque ele era um imã para garotas. O seu ar doentio lhe dava um jeito exótico, diferente dos garotos que pareciam exalar saúde do Distrito 1 e 13. Os cabelos negros um pouco longos demais que caiam sobre os seus olhos completavam esse visual. Conhecendo o senso de moda mais perturbado que o meu das garotas da minha idade, elas provavelmente pensariam que o uniforme comum de Haruka combinava perfeitamente com a sua aparência.

- O que você está vestindo?

- A sua avó... - ele tentou explicar. Eu passei o cadeado e o tranquei a caixa, suspirando. Enquanto distraidamente passava a mão pelas partes de metal, eu encarei o menino.

- Ei, Haruka. Me diga... - lentamente, eu coloquei aquela "caixa de Pandora" no meu colo. O garoto andou até ficar na minha frente. Eu encarava os seus pés descalços - Se... Apenas se... dessa vez, eu te pedisse para ficar aqui enquanto eu ajeito tudo isso... você me escutaria?

- Takane, você acredita mesmo que você vai sair por ai em um avião, cruzar quase três mil quilômetros e ficar na casa do Lyon só para conversar? - na voz dele, havia um misto de diversão e indignação, mas a seriedade superava tudo isso. O garoto se abaixou, até os nossos olhos estarem nivelados - Te conhecendo, você vai acabar entrando em uma Dungeon.

- Isso não é verdade! - eu notei o olhar dele e corei - Ok, se for necessário. Mas não levianamente!

- Droga, você é um imã para problemas!

- Correção, você é.

- Nós somos - ele admitiu, dando um pequeno sorriso - Mas eu arranjo problemas correndo para te salvar. Você arranja problemas naturalmente.

- Isso é um não? - havia certa tristeza e preocupação na minha voz. Se ele tivesse um ataque em território inimigo... eu nem queria pensar naquilo.

- Isso significa que, mesmo que eu concorde, eu vou me arrepender cinco minutos depois - ele comentou, dando ombros - E então, eu vou ir atrás de você e, quando você cair, eu vou estar lá para te pegar.

- Você é um stalker assustador, sabia?

- Você não é boa para ofender as pessoas - ele comentou, me olhando como se eu tivesse falado alguma coisa incrivelmente fofa. Corei ainda mais e desviei o olhar - Eu terminei de arrumar a sua mala. Ajeite tudo o mais que você precisar e vamos esperar lá em baixo.

Eu assenti. O garoto se levantou e saiu do quarto, descendo para o primeiro andar da casa. Eu abri a boca para falar, mas o som não saiu.

==/==

Eram umas três horas da tarde, mas o sol estava tão quente que parecia meio-dia.
No meu peito, estava encostada uma maçã verde que roubava os olhares. Eu olhava para o céu e ele parecia me oprimir.
Eu me lembrava de quantas vezes eu havia caído e fingido ser forte. Aquela eterna duvida pairava em cima de mim; o que era melhor? Aquela armadura que eu havia construído ao redor de mim mesma ou aquela minha personalidade fraca?
Todos os dias, eu agia do exato oposto aos meus verdadeiros sentimentos

Distraída enquanto escutava a rádio, eu escutei as seguintes palavras;

"Sentimos muito por dizer isso, mas a região ao redor de Horovitz, na França, acaba de ser posta em quarentena..."

E assim disse o politico de algum país, com lagrimas nas suas palavras.

Os fones de ouvido foram gentilmente tirados da minha cabeça e eu olhei para trás, encarando Haruka. Ao redor de seu pescoço, estavam fones parecidos com os meus, mas pretos e com um padrão de setas amarelas, em vez de serem totalmente prateados. Reconheci como o meu presente de aniversario.

- O-O...

- Sua avó. Realmente, os Enomoto estão investigando as Dungeon. A sede da França acabou de colocar uma área em quarentena. Parece que uma floresta surgiu do nada lá e a entrada da Dungeon é lá no meio. Estão nos esperando lá fora - ele comentou rapidamente com um olhar de "te conto mais tarde".

Mais nenhuma palavra foi trocada. Haruka já estava com as mochilas nas costas e eu corri até o cobertor elétrico e peguei a minha bolsa. Lá dentro estavam todas as coisas necessárias para a "sobrevivência da Takane" ou que eram preciosas demais para eu me afastar delas; a minha capa cuidadosamente dobrada, Crescent Rose disfarçada sobre a inocente aparência de um jogo portátil vermelho ou o que você quisesse interpretar, meu PSP, a caixa de Haruka, meu celular, meu iPod, outras coisas que você encontraria na bolsa de uma menina e agora os meus fones de ouvido.

Calçamos rapidamente os sapatos na frente da casa e o vento agitou o meu vestido. Segurei o chapéu para esse não voar.
Entenda: eu não queria usar um vestido. Haruka havia me dado a ideia e a minha avó havia insistido. Não era para eu ficar bonita ou coisa assim; de acordo com eles, o meu jeito "tomboy" e combativo de ser eram bem conhecidos pelas pessoas da cidade e se eu mudasse um pouco o penteado, poderia passar perfeitamente por uma garotinha de uns 13 anos quieta e comportada.

Claro, eu havia tido as minhas exigências quanto ao vestido: a saia não podia ser muito longa para não me atrapalhar a correr e tinham que concordar em me deixar usar as minhas confiáveis calças leggins em baixo.
E agora, eu parecia uma loli fofinha.

Esperando na frente da porta, havia uma mulher vestida de negro. Atrás dela, estava uma van, também preta, onde pude ver as malas que o menino havia arrumado. Ela olhou para nós e examinou a mim e Haruka de alto a baixo. Os seus olhos se iluminaram e ela foi até nós, colocando as mãos nos meus ombros.

- Aaaah, você é a Takane, não é? Eu sou a Erika, prazer - ela falou aquilo tão rápido que eu mal compreendi as palavras. O olhar dela se voltou para um Kokonose-kun ligeiramente envergonhado - Então esse é o Haru-chan?! Olá. Hey, foi ela que escolheu essas roupas? Está tão fofaaa!!

- Não é? - ele deu um pequeno sorriso e então eu lhe lancei um olhar extremamente assassino - Ta-chan realmente fica bem de vestido! Ela não gosta muito de usa-los, mas as vezes você a vê de kimono e é...

- Haruka, cala a boca - avisei, irritada - Ou eu vou fazer um buraco em você.

==/==

Erika-san me assustava.
Fim de papo.

Em menos de cinco segundos, ela havia entrado para a "Lista das pessoas que me chamavam de fofa", logo abaixo de Haruka. Envergonhada, eu havia me recolhido para o lado das malas na parte de trás da van enquanto Erika e o meu guardião discutiam animadamente no banco da frente sobre mim.

Karisawa Erika era uma adepta moe enquanto Haruka adorava mangás e light novels. Eles haviam se dado bem em questão de segundos.

- Ela é uma loli, mas tem potencial para ser uma bishoujo. Além do mais, é uma tsundere. Já viu alguma coisa mais fofa? - esse tipo de comentário frequentemente vinha da mulher enquanto ela dirigia. Haruka as vezes ria e concordava ou discordava.

- Sério? Ta-chan sempre pareceu uma kuudere para mim.

- Ei, com licença... - resolvi interromper os dois. O menino olhou para trás e me encarou - Alguém pode por favor me dizer por que Yukio está nos ignorando?

- Ah, não te avisaram? - perguntou Erika. Eu a olhei, subitamente interessada - As informações vazaram. O alto escalão e a família principal do clã estão todos sabendo que você vai sair da cidade. Na realidade, eles querem que você faça isso. Todos concordam que você não é um lobo que pode ser domado... ainda. Então vão te mimar com essa liberdade.

==/==

Eu pouco me lembro das duas horas de viagem até o aeroporto internacional mais próximo e do embarque no avião. A noticia que Erika havia me dado havia me chocado demais para eu prestar atenção, simplesmente isso.
Mimar com essa liberdade... eles não interfeririam, não por enquanto. Lobos cinzentos tinham vida longa; isso poderia levar anos. Queriam me pegar despreparada.

Então a resposta era atacar antes?

Aquelas duvidas rodavam e rodavam na minha cabeça. No aeroporto, lembro de Erika ter feito o check-in por nós e comprado alguma coisa para comermos em uma lanchonete, mas nada muito detalhado. O voo levaria quase uma noite inteira; das seis da noite as nove da manhã.

As três primeiras horas...
Me lembro delas terem sido torturantes.

Eu tentei discutir o assunto com Haruka, mas ele me pedia para focar nos Pheles. Precisaríamos pensar em tudo aquilo depois e haviam tantas variáveis no momento que encontraríamos um milhão de respostas, sem conhecer a melhor opção.

E então, por volta das dez da noite, acabamos cochilando.


A França era diferente da Irlanda, foi o comentário que me veio a mente. O verão era bem úmido e fresco, não superando os vinte e sete graus.
Eu conseguia falar francês fluentemente por causa da minha família e Haruka conseguia não morrer de fome, o que era bom. O conduzindo pela mão, estávamos indo até uma casa de cambio para trocar nossos ienes por euros quando aquela garota surgiu.

Na minha frente, eu não via ninguém menos que a versão feminina de Lyon Pheles.

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Não esperei por muito tempo, cerca de 20 minutos basicamente. Arrancava olhares de todos com Ariel empoleirado no ombro, mas nem sequer olhava para as pessoas, ignorando-as por completo.

A ave estava um pouco inquieta, querendo esticar as asas, tentei contê-lo, dizendo que poderia fazê-lo quando estivesse próximo do desembarque.

Precisava me concentrar em minha missão no presente momento, que era encontrar Takane e Haruka.

- Arya... vai demorar muito? - indagou minha mascote

- Não sei, Ariel! Já disse que não tem previsão certa pra esse tipo de coisa, o vôo pode atrasar.

Fechei os olhos por um momento, olhando uma última vez para o relógio.

- Pare de reclamar, o avião deve ter chegado agora, preste atenção e me ajude! – pedi com uma voz gentil.

Fiquei alerta quando abriram as portas da sala de desembarque, Ariel começou a planar graciosamente à minha volta, contente por estar no ar novamente.

Fui atingida por uma multidão de passageiros, senti-me tonta e, por um instante, claustrofóbica. Agora entendia a sensação de ser uma ervilha dentro de uma lata prensada com dezenas de outras ervilhas.

- Você está vendo alguém parecido com o que o Lyon descreveu? – perguntei à ave Elemental, que tinha uma visão melhor do que a minha de onde estava.

- Não...

Com um pouco de esforço, consegui sair do centro da multidão, que me empurrava grosseiramente de um lado para o outro. Respirei fundo, vendo as pessoas se dispersarem.

Por ultimo, vi um garoto e uma garota dirigindo-se para uma casa de cambio. Eles haviam sido os últimos a deixar o avião, pelo que parecia. Era exatamente quem eu estava procurando, soube assim que pus os olhos neles. Batiam com a descrição de Lyon perfeitamente.

Eu procurei ser discreta, me aproximava calmamente. A garota, que devia ser Takane, já havia me visto, não demorou para que Haruka fizesse o mesmo. Abri um sorriso sincero para eles, enquanto, aos poucos, o nervosismo ia indo embora.

- Bom dia! Vocês devem ser Takane e Haruka. É um prazer conhecê-los, meu nome é Arya, Arya Pheles. Sou irmã do Lyon.

Acenei timidamente, enquanto terminava as apresentações.

- E este é Ariel, meu mascote e amigo.
A ave curvou o longo pescoço em uma reverência e falou com uma voz cordial.

- É um prazer conhecê-los também.

Agora que estava ali, sentia-me bem mais calma. Takane e Haruka eram ótimas pessoas, me identifiquei logo de cara com os dois.

- Vamos, vou levá-los até Lyon. Ele nos aguarda na mansão Pheles, Arion está com a limusine do lado de fora do aeroporto.

Guiei-os até onde o mordomo se encontrava e entrei na limusine, observando-os fazer o mesmo enquanto Arion guardava seus pertences no porta malas.

---------------------------------------------------------------

O resto da viagem até a mansão foi mais tranqüila do que eu imaginava. O automóvel deslizava sob a luz da manhã, o clima estava ameno e o céu tinha uma cor azul anil. Para mim tudo estava acontecendo muito rápido, mas não reclamava.

Eu estava gostando muito de conhecer os amigos de meu irmão, puxava assunto de vez em quando, falando sobre mim ou Lyon, perguntando algo sobre eles.

Entretanto, não disse nada quanto às Dungeons, aquele era um assunto delicado demais e precisávamos discuti-lo com mais calma. Lyon estava pesquisando mais exatamente para aquilo, também acho que ele ficaria com raiva se falássemos sem ele, a última coisa que queria era deixá-lo chateado comigo.

Por fim, chegamos à mansão, o tempo da volta foi bem menor do que o da ida ao aeroporto. Talvez porque com a chegada de Takane e Haruka eu tenha ficado ainda mais entusiasmada.
Nosso mordomo abriu a porta para que saíssemos, já havíamos entrado na propriedade dos Pheles.

Passando pelo enorme jardim e quadra de tênis, aquilo não me impressionava, já que eu morava ali, mas era bom estar de volta. Sempre sentia uma sensação de conforto ao voltar para aquela mansão.

Eu desci do carro e me coloquei na frente da enorme porta de entrada.
- - Bem vindos à Mansão Pheles!

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14 ● Dantalian ● Pheles ● Satalin

No dia seguinte, seria o dia que Takane e Haruka viriam para a mansão. Tive uma curta conversa com Arion antes dele partir para o aeroporto com Arya, nada de mais, apenas algumas instruções do que ele deveria fazer ao encontrar Takane e Haruka.

Eu estava de pé em frente as portas de 6 metros de altura da mansão, eu olhava o portão atentamente, prestando atenção em cada carro que passava. Minhas roupas eram quase iguais aos dos mordomos da mansão, se diferenciando apenas pelo fato da ausência do blazer.

Rion vestia as mesmas roupas que eu, o Chibi-Lyon de cinco centímetros se encontrava sentando em meu ombro.

- Eles vão vim mesmo?

- Vão...

- Certeza?

- Não... - Nós dois rimos.

Um homem alto e bastante robusto se pôs ao meu lado, o cabelo loiro e longo dele estava preso num rabo de cavalo, um óculo meio caído se apoiava em seu nariz, o cabelo se juntava com a barba, também loira. Usava uma camisa branca e um colete marrom, e além disso tudo, um sobretudo, também marrom, aberto na frente.

- Lyon..

- Pai... - "MORRA! Velho imundo!", era o que eu queria falar agora, mas tudo o que eu podia fazer no momento era sorrir.

- Arion me contou que dois amigos seus estão vindo para cá.

- Contou, foi? - Aquele mordomo me paga...

- E um desses seus amigos é Takane Shion, não? Há! Bom ver que esta aliança está indo bem!

"Vá se foder..."

- Pois bem, você vai ficar aqui até eles chegarem?

- Vou...

- Pois bem! A noite eu gostaria de jogar Poker com você e com os seus amigos.

- Claro, pai...

Então ele se retirou. Ao longe pude ver a limousine preta se aproximando do portão, o portão tinha a cabeça de um bode com chifres círculares. Esse era o símbolo da família Pheles.

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Diga o que você quiser.
Eu não sou rica.
Eu nunca me acostumei com os luxos da Hazama.
Desde cedo, tive uma vida humilde e aprendi a cuidar de mim mesma.

Uma ave falante era algo normal no meu dia-a-dia. Mas mesmo assim...

Bem, acho que devo voltar ao inicio.
Como na hora que aquele sentimento se apossou de mim.

Haruka encarava Arya como se ela fosse feita de vidro e pudesse se quebrar.

- Bom dia! Vocês devem ser Takane e Haruka. É um prazer conhecê-los, meu nome é Arya, Arya Pheles. Sou irmã do Lyon.

- Ta... Takane Shion. Takane está bom - como posso descrever? Ela parecia uma daquelas princesas dos livros. Seu comportamento e postura eram animados e confiantes. Totalmente o oposto de mim.
O lado bravio de minha mente, nascido da necessidade e do desejo de continuar viva, sorriu para ela. Um objeto de estudo bem interessante; eu havia descoberto que as pessoas mais comuns guardavam os segredos mais obscuros.

De qualquer forma, estávamos começando a atrair atenção. Alguns murmúrios que pareciam dizer "Você viu aquele cara? Ele é uma gracinha!" e "Será que ele é um modelo?" chegavam aos meus ouvidos.

Suspirei; aquilo me lembrava de como eu e Haruka descombinávamos.

- Sou Kokonose Haruka, o guardião de Takane - ele se apresentou, com um pequeno aceno da cabeça. Eu quis gritar com ele, mas o menino me dirigiu um olhar severo, do tipo "lembre-se de quem você é agora" e eu fiquei com a postura mais digna que eu consegui - É um prazer conhece-la, Pheles-san. Eu e Takane esperamos que a estadia na casa de vocês não seja de grande incomodo.

- Este é Ariel, meu mascote e amigo.

- Olá.

- Olá, Ariel.

- Vamos, vou levá-los até Lyon. Ele nos aguarda na mansão Pheles, Arion está com a limusine do lado de fora do aeroporto - eu jurei que havia escutado mal.

- Arah!?

==/==

Mordomo.
Limusine.
Mansão.
Aquilo era demais para o meu pequeno cérebro.

Timidamente, eu enfiei o chapéu com mais força na cabeça, querendo esconder a minha cara. Haruka colocou de leve a mão no meu ombro, em um gesto de encorajamento.

- Bem vindos à Mansão Pheles! - exclamou Arya. Eu corei demais.
Então vi o meu pesadelo... Lyon Pheles. Me escondi atrás de Haruka. Qual era o problema comigo?

- Não ria, ok? - pedi para ele. O meu guardião me colocou do lado de Arya e encarou Lyon.

- Podem me dar um segundo? Lyon, eu preciso falar com você.

Eu fiquei com a garota e o menino levou o outro para o canto, onde eu não podia escutar as palavras, nem a mais nova.
Eu dei um sorriso tímido para menina.

- Então... Arya-chan, não é?


- Hey - Haruka estava muito, muito corado. Em seu rosto, havia uma expressão séria e triste - Eu realmente preciso te pedir desculpas. No verão... ah... eu fiz uma coisa muito ruim e... ah... eu meio que me confessei para a Takane. Eu deveria ter conversado com você antes. Desculpa.

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Quando Takane saiu do carro, não sei o que houve comigo, mas o Rion caiu para trás sangrando pelo nariz. Abafei o riso com o dorso de minha mão quando ela se escondeu atrás de seu guardião.

"Tsunderes são tão lindas..." Pensei.

Desci as escadarias em direção a Arya, Haruka, Takane e Arion.

- Podem me dar um segundo? Lyon, eu preciso falar com você.

- Ah... Claro. - Sorri para ele.

Takane e Arya se afastaram, então Haruka corou e começou a falar.

- Eu realmente preciso te pedir desculpas. No verão... ah... eu fiz uma coisa muito ruim e... ah... eu meio que me confessei para a Takane. Eu deveria ter conversado com você antes. Desculpa.

Encarei ele com o rosto sério e então soquei o seu rosto.

- Por que diabos esta se desculpando? Você gosta dela não gosta? - Aquele cara era realmente um idiota inocente. - Mas enfim... Ela está linda...

- Sim! Ela fica fofa com esse tipo de roupa ~ ♪ - O que era aquilo vindo em nossa direção? Parecia ser uma árvore...

Haruka parecia assustado com a árvore vindo em alta velocidade, mas eu não precisei mover um dedo.

5 lanças se ergueram a partir do chão, perfurando o tronco da árvore e impedindo que ela continuasse sua trajetória em direção a mim e ao Haruka.

- Obrigado, Arion! - Sorri.

- Não há de quê senhor Pheles... - O mordomo desfez as lâminas e pegou o tronco da árvore, colocando a planta de volta no seu lugar.

- Arion Michaelis, descendente de Azazel e mordomo da família Pheles, ele pode invocar todo o tipo de arma que você imaginar a partir do nada... - Falei. - A propósito... Lembram-se dele?

Apontei para a minha versão chibi sentada em meu ombro.

- Yo! - O pequeno se manifestou.

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Em suma, um encontro divertido.
Takane arremessando árvores e pessoas, Haruka com medo que a menina acabe se machucando. Lyon parecia ser capaz de rir até mesmo naquele tipo de situação e Arya... Arya era simplesmente uma espectadora.

Mas todos nós estávamos lá por outro motivo.

Código:

- Ordem de postagem livre até a menção das Dungeons

Código:

Baseada no mangá e anime Magi

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- Tá... Chega de brincar aqui fora, vamos entrar!

Empurrei todos para dentro da mansão, a sala era incrivelmente... gigante.

O piso era em xadrez, no final da sala se encontrava um escadaria que dava acesso ao 2° e 3° andar. No centro, havia um mesa de vidro com sofás em volta. Sobre a mesa, 4 bandeijas de cookies e 4 xícaras de chá esperavam pacientemente a nossa chegada.

- Sentem-se. - Arion falou, não sei por que, mas a sua voz suava mais como tom de ordem do que de pedido.

Todos sentamos, então aquele velho imundo surgiu.

- Há! Bem-vindos! Bem-vindos! - Anunciou Egil.

Rion pulou do meu ombro para a mesa e começou a devorar os biscoitos, ele podia ter só 5 centímetros, mas comia como um cavalo.

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- Egil-sama, é uma honra finalmente conhece-lo - disse, ainda tentando processar o tamanho da sala. Haruka ainda estava meio receoso ao meu lado; eu não ia perdoa-lo tão cedo por ter me chamado de fofa. A minha aura assassina também era jogada em Lyon; ele definitivamente era louco por socar o meu guardião sem motivo algum na minha frente - Eu sou Takane Shion, do clã Shion de shinigamis e do clã Enomoto, dos okamis. Este é meu familiar, Haruka Kokonose, da família Kokonose das kitsunes.

- Prazer em conhece-lo.

Ah... eu realmente me perguntava quanto tempo demoraria para estragarmos tudo.
Por que as minhas férias não poderiam ter sido gastas tranquilamente ao lado de Haruka, no ryokan? Isso me pouparia de muito trabalho...

Entenda, Haruka e eu... bem, admitimos que nos gostamos e achamos que conhecemos os sentimentos um do outro, mas... nenhum de nós tomou coragem e conseguiu falar "eu amo você" ainda.

Ainda havia a nossa posição delicada; na Academia, a nossa relação era um tabu. Tínhamos que ser companheiros, nada mais; um guardião e uma aluna? Isso nunca aconteceria. Lá fora... bem, eu era a "princesa desonrada" do clã Enomoto e ele era o herdeiro de uma família basicamente extinta. Além do mais, raposas e lobos tinham uma história complicada.

Exceto quando estávamos sozinhos, aquilo parecia impossível.

- Realmente, sentimos muito se a nossa presença em sua casa for incomoda - comentei, envergonhada. Eu sorria sutilmente, tentando manter uma postura profissional - Mas mesmo assim, Lyon... obrigada pelo convite.
Eu alarguei o sorriso um pouco, encarando o menino. Eu me esqueci de colocar a aura assassina no meio, então apenas Haruka percebia as minhas intenções assassinas.

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Tudo estava correndo muito bem, eu poderia afirmar, embora ainda me sentisse um pouco deslocada.

Eu realmente não esperava que meu pai fosse aparecer, era bem raro, mas quilo me deixava contente.

- Não se preocupe com isso, são todos muito bem vindos!

o velho abriu os braços, querendo dizer que ficassem à vontade.

Esperei que as apresentações terminassem para que fosse falar com ele, fiquei de pé e o abracei.

- Pai!

Ele acabou por me abraçar de volta, meio hesitante. Logo me afastei com um sorriso gentil no rosto.

- Olá, Arya..

Detestava quando o clima ficava tenso demais... ou tudo muito silencioso. Aquilo me dava a sensação de estar sozinha, uma das coisas que eu mais odiava no mundo.

A possibilidade de ficar sozinha me assustava, mas não tanto quanto a possibilidade de ver Lyon morrer.

Eu voltei a me sentar no sofá, chamando Ariel com a mão para que viesse para perto de mim e tratei de falar alguma coisa sem demora.

- Bom, acho que deveríamos aproveitar o lanche, antes que Rion acabe com tudo...

Comentei olhando para a miniatura que não parava de comer, acompanhada constantemente daquela sensação de deslocamento, como se não fizesse parte da cena.

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Deu vontade de bater na Arya e gritar com ela: "NÃO ABRAÇA ELE! EGIL NÃO PRESTA!". Mas me contive, respirando fundo e observando Rion começar a devorar os biscoitos da segunda bandeja.

- Bom, acho que deveríamos aproveitar o lanche, antes que Rion acabe com tudo... - Quando Arya soltou essas palavras, Rion virou o pescoço como a menina do exorcista e encarou ela com um olhar assassino. "É MEU!" o olhar dele quis dizer.

Eu ri, então Arion se aproximou de mim, sussurrando em meu ouvido.

- Senhor, eu gostaria de falar com você hoje a noite... Meia-noite...

- Onde?

- Campo de futebol. - Assenti com a cabeça, sem dizer mais nada. Ele se afastou.

Egil bateu palmas e anunciou.

- Hoje a noite, que tal uma partida amigável de Poker?

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- Hoje a noite, que tal uma partida amigável de Poker?

- Poker? O que é isso?
Uma corrente elétrica percorreu o meu corpo. Um alerta mal-educado vindo de Haruka.

- HAHA! É um jogo que a gente joga enquanto dança aquela música da Lady Gaga, sabe? Poker Face.

A minha cabeça tombou para o lado com a resposta de Egil.

- Sério que vocês não tem isso no Japão? - ele suspirou. Haruka deu um sorriso tímido.

- Ah, bem... parece interessante. Se a Takane quiser... o que você acha?

- Ah...! Bem, eu ia te perguntar se você queria jogar Kakurenbo mais tarde, mas... tudo bem. A-Acho que posso aprender as regras, se não for atrapalhar vocês... Lyon, você vai com eles?
O meu olhar pedia desesperadamente para ele ir. Se eu, Egil e Haruka estivéssemos sozinhos, ele ia acabar falando de negócios. Eu precisava falar com Lyon sobre as Dungeons primeiro e dar um soco na cara dele antes de encarar aquilo.

Eu tossi de leve e Haruka me encarou, preocupado. Lhe lancei um olhar que não era lá a coisa mais amigável do mundo e ele desviou o olhar.

-Egil-sama, Arya-san... Lyon. Vocês podem me dar licença? Era para estar de noite no Japão. A diferença de fuso parece não ter me feito bem...

- Eu vou com v...!

- Por favor, me companhe, senhorita - ofereceu-se o mordomo, Arion, cortando a fala do garoto. Lentamente, ele se sentou, desapontado. Senti uma pontada de pena dele, mas no momento eu precisava ficar sozinha.

Me levantei, meu vestido tremulando um pouco. O mordomo fez um gesto indicando a minha boca e os cantos da minha boca de dobraram levemente.

- Eu levo sozinha - afirmei, o seguindo.


Bem, eu posso falar que quase cai para trás ao ver o quarto.
Aquilo provavelmente era maior que a casa da minha avó, sem brincadeiras. Eu encarei o lugar, perplexa, e apontei para lá.

- Eu acho que você me deixou no lugar errado...
Mas ele já tinha saído e me deixado sozinha.

OFF: Lyon, conto com você para a descrição do quarto.

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Tive vontade de afundar minha cara no sofá na hora que Egil contou aquela piada. Sério, se tinha alguém que conseguia fazer piadas ruins... Esse pessoa era Egil.

- Ah...! Bem, eu ia te perguntar se você queria jogar Kakurenbo mais tarde, mas... tudo bem. A-Acho que posso aprender as regras, se não for atrapalhar vocês... Lyon, você vai com eles?

Arqueei uma sobrancelha e sorri.

- Desculpa, hoje não vai dar, infelizmente tenho assuntos inacabados para resolver hoje a noite. - Apontei para Rion, que estava terminando de comer a última bandeija de biscoitos. - Mas ele pode ir, ele pode ter só cinco centímetros, mas joga muito bem...

Rion ignorou tudo o que eu disse e continuou a devorar os pobres doces.

Então Takane tossil.

- Egil-sama, Arya-san... Lyon. - Por que só eu não tinha sufixo? - Vocês podem me dar licença? Era para estar de noite no Japão. A diferença de fuso parece não ter me feito bem...

Haruka pareceu se oferecer para levar a garota até o quarto, mas a fala dele foi brutalmente cortada por Arion. Tive que morder a língua para conter um riso.

Então eles subiram as escadas.

...

Eu queria ver a cara da Takane quando ela entrasse num dos quartos dessa mansão.
Eles eram maires que uma casa normal, além da grande cama redonda que ocupava, as vezes o centro, e as vezes um pouco mais deslocado perto da parede, o quarto era ocupado também por grandes janelas que deixavam um vento frio e aconchegante entrar, isso só podia ser feito pelo fato da mansão ser perto da Praia, mas não o bastante para os efeitos da maresia chegarem até aqui.
O quarto também contava com um guarda-roupas cuja dentro estavam guardadas roupas masculinas e femininas dos mais variados tamanhos. Ninguém sabia quem iria ocupar aquele quarto.
Além do tamanho do quarto, da cama e dos outros móveis, contava com uma varanda, a distribuição de varandas é a seguinte:

1 << Varanda | Sem varanda >> 0

1 000 1 000 1

Ah, o banheiro, sim, incrivelmente, aquilo era mais uma piscina do que uma banheira comum.

Eu realmente queria ver a cara da Takane... Hehe...

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Aquela piada foi realmente... constrangedora. Eu gostava de meu pai, mas ele era realmente péssimo com piadas.

- Egil-sama, Arya-san... Lyon. Vocês podem me dar licença? Era para estar de noite no Japão. A diferença de fuso parece não ter me feito bem...



Eu notei que havia alguma coisa errada ao ouvir aquela frase, e a sensação de deslocamento jamais me abandonava. Senti um pouco de pena de Haruka quando Arion o interrompeu e levou Takane até seu quarto.

Não estava mais aguentando aquilo, fiquei de pé calmamente e falei com o tom de voz mais calmo que consegui, para que não saísse insegura demais

- Com licença, eu preciso fazer uma ligação. É um amigo meu e de Lyon, que pode achar divertido se juntar à partida de Poker



Eu sabia que somente com aquelas palavras meu irmão saberia quem era, mas não o estava chamando por causa do jogo, e sim, porque ele seria um aliado importante nas Dungeons. Sem falar que ele ficaria chateado se eu não o levasse naquela missão e... eu estava começando a sentir muito a falta dele. Meu Guardião, Haku Shiroi, também morava na França e não demoraria a chegar à mansão.

Dirigi-me para meu quarto que ficava no andar de cima e peguei meu celular o mais rápido que pude.

- Haku?! Por favor eu preciso que você venha depressa.... Calado, não tenho tempo para explicar agora, você sabe que não te deixarei sem saber o que está acontecendo, mas venha logo!



Ordenei, desligando o celular enquanto ele ainda gritava do outro lado exigindo explicações concretas. De qualquer forma, eu sabia que ele viria.

Voltei para a sala e sentei-me novamente o lado de Ariel. Passaram-se cerca de 15 minutos, torturantes para mim, e a campainha já estava tocando feito uma louca, com um desesperado totalmente vestido de preto no portão. Não esperei por Arion e sai correndo em direção ao portão.

Assim que me viu, Haku esboçou aquele sorriso idiota de sempre e parou de tocar a campainha.

- Olá, Chibi!



Eu revirei os olhos, odiava quando ele me chamava daquele jeito, abri o portão e o abracei em um impulso.

- Obrigada por vir...



- Claro, ou você achou que eu ia te deixar na mão?

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[Takane Shion]

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Eu me joguei na cama.
As sombras se dispersaram por um instante ao redor do meu corpo e algo mais confortável surgiu depois de algum tempo.

Eu poderia ficar brava depois.
Eu poderia destruir tudo depois.
Agora, eu queria chorar.

Idiota.
Idiota que não se preocupa com a própria vida.

Como sempre, as lágrimas não vieram aos meus olhos.
Elas não haviam vindo quando ele estivera lá, semimorto.
Elas não haviam vindo quando aquela pessoa dissera "Eu quero estar do seu lado para sempre".
Por que viriam agora só porque eu estava irritada?

Aquilo não era algo que você devesse particularmente notar. Eu sempre encontrava um motivo para ficar irritada.

- Feche os seus olhos, fique em silêncio...
Eu tentava me tranquilizar.

Haruka era...
um estupido... idiota...

Abri a minha mala e coloquei a capa vermelha sobre as minhas roupas pretas, irritada.
E então, não havia mais ninguém ali.

Aquela capa pertencera a minha mãe. Era uma capa da invisibilidade e bem útil, na minha opinião.
Eu abri a porta que dava para a sacada e pulei na relva macia que havia lá em baixo, amortecendo a minha queda com um giro suave.

Aquele idiota era um riquinho metido.
Se eu ficasse mais tempo ali, enlouqueceria.

Indo na direção que eu achava que ficava o mar, todos me ignoravam.


- Egil-sama... ahn... o que você achou da Takane? - perguntou Haruka preocupado, ainda na sala de entrada. Talvez ele pensasse que era melhor sairmos de lá o mais rápido possível.

the end of the night

t a n k s b e e c k y ♥ oops

[Lyon P. Walker]

A Devil in the World

14 ● Dantalian ● Pheles ● Satalin

Não sei o que deu em mim... Quando vi Haku, um sorriso se abriu em meu rosto.

- HAKU! - Gritei.

- LYON! - Ele me viu.

- QUANTO TEMPO, SEU FILHO DA PUTA!

- POIS É! VEM CÁ ME DÁ UM ABRAÇO, SEU VIADO!

Há, apesar desses xingamentos, Haku e eu eramos realmente bons amigos.

Como ele pediu, corri até ele, mas não foi um abraço que eu lhe dei de presente. Mas sim, um belo chute na cara. Ele cambaleou para trás e avançou contra mim, me dando um soco que me fez parar na cozinha. Ele foi até mim de novo e pegou uma colher, me bateu com ela. Agarrei o seu pescoço e afundei a cabeça dele num tanque de água que tinha por lá, ele conseguiu se libertar e a luta continuou até a parede da cozinha, seguindo direto para o cambo de baseball onde nós começamos a lutar com tacos de titânio.

-Egil-sama... ahn... o que você achou da Takane? - Haruka perguntou.

- Hmm... Ela uma boa garota, parece que é forte também. - Ele riu. Respondeu aquela pergunta como se não percebesse a briga de Lyon e Haku. - Ela dará uma ótima noiva também...

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[Takane Shion]

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O garoto de olhos cinzentos deu um pequeno sorriso, como se o que visse fossem apenas dois amigos se cumprimentando. De certa forma, aquilo era verdade, a sua maneira.
A relação de Takane e dele era deveras parecida com aquela, na realidade. A garota era orgulhosa demais para expor os seus verdadeiros sentimentos e tinha o péssimo habito de bater nele sempre que ficava irritada. De qualquer maneira, eles estavam confortáveis com aquilo.

O menino inocente de cabelos negros emitiu inconscientemente um ruido baixo com a garganta, como os que as raposas faziam. A sua postura era extremamente diferente a confusão que se desenrolava a sua frente.

- Hmm... Ela uma boa garota, parece que é forte também.

- Forte? Você está brincando comigo? - Haruka riu junto que Egil que, como ele, ignorava totalmente as ações destrutivas de Lyon. Os olhos do garoto alto começaram a brilhar, como se ele falasse da coisa mais maravilhosa do mundo - Takane é mais que forte! Ela é... bem, ela é poderosa. Não é a toa que a chamam de "gênio" na Hazama e ela é reconhecida até pelo pai dela. Ela é... ela é...

- Ela dará uma ótima noiva também...
Aquelas palavras fizeram o garoto congelar.
Uma sombra de um dourado intenso passou pelos olhos escuros do garoto. Se Egil o conhecesse a muito tempo, como Takane, perceberia imediatamente que havia algo de errado com Haruka.

Desculpa, Takane não é qualquer garota. Ela é minha.
Talvez ele fosse falar algo como aquilo, mas odiaria mentir. Aquilo não era verdade, pois mais possessivo e egoísta que ele fosse; ele gostaria de ser o único a olhar para a menina com aqueles olhos, mas a história não era bem essa. Ela poderia ser de quem quisesse, ele não tinha o direito de interferir.

- Eu não sei... - ele dei um longo suspiro, tentando acalmar os pensamentos. A sua mente estava novamente naquele seu lado sombrio, orgulhoso, egoísta... preocupado. Aquilo estava errado!, uma das únicas qualidades dele era ser um idiota positivo - Takane... bem, ela fica ótima de vestidos... e um branco então... mas, bem... veja... ahn... Ta-chan e Lyon... ahn... Y-Yukio-san com certeza aprovaria... mas a Takane, ela só tem 16!! Embora... ah, bem, isso é um problema grande, certo? Mas eu acho que... que ela escolheria depois de um longo tempo e... ah, se bem que conhecendo a Takane, ela precisa de alguém tão... como ela diria?... arrogante, orgulhoso e egoísta como ela. A Ta-chan e o Lyon-san são bem parecidos. Eu gostaria de ser como ele um dia.

Se aquela garota escutasse isso, ficaria incrivelmente ofendida.
Ela xingaria e bateria no menino. O censuraria por ser um grande pervertido. Diria que ela não era nada daquilo, embora reconhecesse os seus defeitos. Diria para jamais ser comparada com alguém como aquele verme e que era para o menino não mudar, nunca.
As palavras que ela não diria era que o amava do jeito que ele era. Não era necessário mudar. Ela acolheria todas as novas caras dele com felicidade, mas não era necessário mudar.

Por mais que ele tivesse o habito irritante de ficar abraçando-a, fazer perguntas constrangedoras, irrita-la e conseguir tira-la do sério... ele era alguém incrivelmente gentil.
Desde quando era uma criança, ele era gentil.
Gentil o bastante para se aproximar daquela garota estranha que falava coisas estranhas...
Que sempre dava um sorriso triste quando lhe perguntavam o nome...
Que era arrogante, mas só um pouco...
Que tinha um péssimo habito de bater nele quando estava envergonhada...
Que no final, o amaria, o trairia e morreria por ele, tudo em vão. Aquela garota estranha que não sabia de fato se era uma menina ou um menino, que não conhecia a sua mãe ou o seu local de nascimento.

Duas crianças amaldiçoadas, sozinhas naquele mundo. Que tipo de pessoa seria cruel o bastante para dar-lhes aquele tipo de destino?
Que chances tinham?

Takane pensava em tudo aquilo, mas o rumo dos acontecimentos desviou a sua mente para outra coisa.

Tudo começou com o garoto que caiu do céu.

A garota andava pela propriedade distraída, tentando esquecer o quão idiota Haruka era.
Ela havia percebido há muito tempo atrás que nada mudara. Nada nunca mudava. A vida dela continuaria igual, para todo sempre.
No fim, ela era apenas um lobo incapaz de amar.

O ar foi rapidamente expulso de seus pulmões.
Distraída como estava, não percebeu o potencial perigo que se aproximava.

Enfim, o garoto caiu em cima dela. O filhote de lobo deixou escapar um rosnado furioso, mas logo se acalmou ao sentir um cheiro conhecido.
Lyon.
Então fora ele que jogara o menino, huh?

Ela ainda estava invisível, daria um bom troco naquele idiota.

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[Arya P. Starlust]

The revenge choir;

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Eu respirei fundo ao ver aqueles dois brigando, era sempre assim. Uma amizade bem esquisita a daqueles dois.

Eles conseguiram minha atenção quando chegaram no campo de baseball... Ah não, aquele era o MEU campo e não ia deixá-los estraga-lo daquele jeito. Tentei resolver a situação de uma forma mais calma.


- Por favor, Lyon, Haku parem com is-



Eu fui interrompida pelo bastão de Lyon que quase me acertou a cara.... Eu não gostava de despertar meu lado sombrio, mas aqueles dois realmente estavam me forçando a isso.

Meus olhos brilharam estranhamente enquanto eu sorria sadicamente.

- Vocês definitivamente.... pediram por isso!



Eu chutei os dois na nuca, fazendo com que fossem de encontro ao chão. Haku caiu por cima de Lyon, jogando todo seu peso em cima dele, logo coloquei meu pé sireito em cima das costas de Haku e me apoiei nele.

- Façam... o favor.... de ficarem.... quietos por um instante! E... parem de me ignorar.... ou farei bem pior da proxima vez!!

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[Lyon P. Walker]

A Devil in the World

14 ● Dantalian ● Pheles ● Satalin

Quando Arya se virou, eu e Haku nos olhamos e rimos, então eu parti para cima dele novamente. Eu consegui socá-lo, mas em troca ele me deu um chute na barriga que me fez voar alguns metros de distância. Cai encima de alguma coisa. Mas o estranho, é que essa coisa não era nada, eu simplesmente flutuava no ar...

Que estranho...

Tentei me levantar e acabei segurando uma coisa redonda e mole, balançava bastante... O que era aquilo?

[OFF] Desculpa... Não resisti em botar essa parte -q [/OFF]

Egil apertou suas têmporas.

- Sabe Haruka... Eu estava meio duvidoso sobre a Takane, Yukio me falou sobre os pontos fortes dela como esposa. De primeira eu não concordei com ele, mas com essas suas afirmações, mesmo que desajeitadas. - Riu - Agora tenho certeza que ela, realmente, será uma boa esposa... Arion, o telefone, por favor, vou ligar para o Yukio agora mesmo! Me dê licença...

Egil se retirou indo até a cozinha, ignorando o buraco na parede que dava para o campo de baseball.

Depois de alguns minutos de conversa Egil retornou a sala de estar, com um sorriso estampado no rosto.

- Pronto! Hahá!

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[Takane Shion]

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O menino de cabelos negros perdeu a pouca cor que restava em seu rosto.

- Sabe Haruka... Eu estava meio duvidoso sobre a Takane, Yukio me falou sobre os pontos fortes dela como esposa. De primeira eu não concordei com ele, mas com essas suas afirmações, mesmo que desajeitadas. Agora tenho certeza que ela, realmente, será uma boa esposa... Arion, o telefone, por favor, vou ligar para o Yukio agora mesmo! Me dê licença...

Como ele conseguia dizer tudo aquilo rindo?!
Takane... Takane com certeza iria...

- Desgraçado... - aquelas palavras ficaram guardadas dentro do garoto. Ele apertava o punho cerrado com tanta força que as unhas perfuraram a pele. O sangue pingava lentamente no chão, fazendo uma pequena poça, quando Egil entrou na sala.

- Pronto! Hahá!

- Ah, Egil. Você sabe que existe uma pessoa que ama a Takane a ponto de verter sangue? o tom da sua voz era extremamente frio, a despeito da entonação infantil de alguns minutos atrás. Tudo na postura de Haruka apresentava o perigo de um assassino treinado. Como todos os membros do Serviço Secreto do Distrito Equidna, ele não hesitaria em matar caso fosse necessário - Mas você acabou de assinar um contrato com um lobo incapaz de amar. Parabéns, agora estamos todos dançando ao ritmo da balada da deusa da morte.

Ele suspirou, usando a mão que não estava machucada para retirar os fios negros do rosto. Seus olhos haviam assumido um tom dourado extremamente ameaçador, como os de uma raposa que esperava a sua presa cair em uma armadilha.

- Me pergunto quanto tempo temos até a Shion vier buscar a nossa cabeça... - ele comentou naquele mesmo tom desprovido de emoção. Balançando a cabeça, ele continuou - Enfim, com licença...


Um metro, dois metros... três metros.
Foi aquela a altura máxima que o garoto alcançou.

Takane poderia ter joga-lo longe, mas isso não seria divertido. Ela queria chuta-lo, soca-lo, despedaça-lo e vê-lo pedir por piedade.
Como ele havia ousado tocar os seus p... pe... pe... pei...

Os cérebro dela estava tendo problemas para processar as palavras de novo, mas agora por raiva.

Os primeiros tiros de metralhadora atingiram o lado esquerdo do menino. Eu cruzei as duas UZIs que havia criado, como se fossem pistolas.
Os tiros o acertariam dessa vez, se não tivessem me puxado para trás. Instintivamente, apontei as metralhadoras para a testa da pessoa.

Mas eu ainda estava invisível, como sabiam que eu ainda estava ali e...
Ah...
Haruka.

O olhar preocupado do garoto me fez congelar enquanto eu abaixava as armas. O que estava errado? Por que Haruka...?

- Me desculpe... me desculpe... eu sinto muito... - os olhos dele estavam marejados, como se estivesse prestes a chorar. Tirei a capa e coloquei as mãos no ombro dele, encarando aquelas íris de um profundo tom cinzento.

- Haruka, acalme-se. Agora, me diga o que aconteceu.

- Yukio... - a voz preocupada de antes se encheu de desprezo que me lembrava de nunca tornar Haruka meu inimigo. A cólera dele era a única coisa que eu havia descoberto "não desejar para o meu pior inimigo" - Egil mantinha contato com ele. Te apanharam na armadilha perfeita. Não adiantou nada a tentativa daquela vez. E a culpa é toda minha...

- O que exatamente ele fez? O que exatamente você fez? - o meu rosto ficava cada vez mais branco. Haruka lançou um olhar significativo para Lyon e eu cai de joelhos. Não... não... - E o que você...

- Ah, bem... - ele voltou a usar o tom infantil usual, embora os seus olhos ainda brilhassem com as lagrimas e percebesse-se pela sua postura que ele estava querendo matar alguém agora - Eu posso tê-lo ameaçado de morte, mas... de qualquer maneira, você precisa que eu pegue alguma coisa?

- Sim. A minha bolsa no primeiro quarto do lado esquerdo do prédio.

- E ele? - lancei um olhar para Lyon, tentando me decidir o que fazer. Suspirei e me perguntei se estava sendo boazinha demais nos últimos tempos.

- Ele é um idiota irrelevante - comentei, distraída e me levantei, expulsando a sujeira de minhas roupas - Duvido que seja esperto o bastante para nos trair. Vamos para onde?

- Horovitz. Tem algo que eu preciso investigar lá. Me empresta a capa e um pouco de fio? - joguei o capuz de tecido vermelho para o garoto, além de uma fita que eu havia criado com as sombras e em poucos segundos, ele a havia amarrado no braço e estava coberto - Se você ver alguém com isso, sabe que sou eu.

Assenti com a cabeça. Lançando um último olhar assassino para Lyon, eu voltei para o saguão. Eu precisava conversar com a pessoa que havia acabado de me entregar aos lobos.


- Egil! - a minha voz reverberou pelo salão, com um pequeno rosnado nada humano no fundo da minha garganta. Eu cruzei o lugar rapidamente, meus olhos brilhando com um fogo interno ameaçador - Você pretende nos trair, maldito!?

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Eu e Haku tombamos a cabeça para o lado ao ver Lyon ser atingido por balas de metralhadora que pareciam vir do nada.

Fiquei um pouco surpresa de início, mas não tanto para esquecer a raiva que estava sentindo de Haku, mesmo que nunca conseguisse mantê-la por muito tempo, nem fosse capaz de bater nele pra valer. Eu o olhei feio, cruzando os braços. Assim que sentiu o meu olhar, ele se virou, eu era quase 30 centímetros menor do que ele, de forma que minha cabeça batia um pouco acima de seu peito.

- Por que estava me ignorando?



- Eu não estava, é que... fazia tempo que não falava com Lyon, tinha que cumprimentar ele direito



Revirei os olhos e dei um soquinho de leve no braço dele. Haku largou o taco de titânio que estava segurando e colocou as mãos atrás da nuca, apoiando a cabeça.

- Bom, deve haver um ótimo motivo pra você me chamar aqui... e eu acho que não era pra jogar baseball



Como sempre, ele conseguia deduzir aquelas coisas só pelo meu tom de voz ao telefone.

- Me desculpe, Haku, mas eu preciso te explicar isso mais tarde... não é algo que posso ser explicado de uma hora para outra... nem que eu posso contar onde tantos ouvidos podem escutar essa conversa.



Ele assentiu, embora conseguisse ver que ele estava muito curioso, pela forma frenética com que sua cauda balançava. O rapaz não era muito bom em disfarçar ou esconder o que sentia.

Seguimos o rastro de destruição que estava atrás de Lyon, e acabamos por nos deparar com uma cena bem interessante. Takane e Haruka conversavam, infelizmente -ou felizmente- eu era especialista em ouvir a conversa dos outros. Coloque um dedo sobre os lábios para indicar que Haku ficasse calado, ele assentiu com a cabeça, agachando-se um pouco atrás de mim.

- Yukio... Egil mantinha contato com ele. Te apanharam na armadilha perfeita. Não adiantou nada a tentativa daquela vez. E a culpa é toda minha...




"Armadilha...?" pensei, enquanto a conversa continuava e os via lançar olhares para Lyon a alguns metros de distância de onde estávamos.

- O que exatamente ele fez? O que exatamente você fez? ...E o que você...



-Ah, bem... Eu posso tê-lo ameaçado de morte, mas... de qualquer maneira, você precisa que eu pegue alguma coisa?



Okay, algo bem pior do que eu imaginava estava acontecendo ali... Droga! Droga! Por quê eu sempre era a última a saber? Tentei ligar os pontos, eu tinha um raciocínio lógico relativamente bom para alguém que jogava xadrez então... Se Takane havia sido pega em uma armadilha de Yukio, seu pai, e Egil, meu pai e de meu irmão... aqueles olhares para Lyon, toda aquela conversa... Meu pai já planejava formar uma aliança, a reação de Takane só confirmou o que eu imaginava. Um casamento arranjado para ela e Lyon.

Cerrei os punhos, aquele tipo de coisa realmente me irritava. Podia ser bem calma usualmente, mas se me deixassem com raiva de verdade... era bom nem chegar perto. Nem meu irmão seria capaz de me acalmar, eu também não tinha certeza se Haku seria capaz disso. Aquela possibilidade me repugnava, só de pensar em casar com alguém que eu não amava, meu peito doía e tinha vontade de abrir uma cratera no chão.

- Horovitz. Tem algo que eu preciso investigar lá.



Horovitz, eu havia ouvido algo sobre aquele lugar esta manhã; mais uma área em quarentena e mais uma Dungeon havia surgido. Era pra lá mesmo que eu arrastaria Haku, nem pensar que eu iria ficar de fora daquilo. Me virei para Haku.

- Você trouxe suas coisas certo?



- Sim, mas eu deixei lá na frente, antes de começar a lutar com Lyon



- Vá pegar, e diga a Ariel pra pegar minha mochila também. Nos encontramos no salão de entrada está bem? Eu vou dar algum apoio para a Takane-chan



Mesmo sem saber direito quem era Takane, eu sabia que Haku seguiria o que eu havia dito. Ele confiava em mim, da mesma forma que eu confiava nele. Se eu estava disposta a ajuda-la, ele também estaria.

Me dirigi para o salão, logo atrás da garota que gritava com Egil, fiquei um pouco atrás dela, de braços cruzados. Assistindo à cena e pronta para reagir caso fosse necessário, provavelmente Takane me mataria por ter escutado a conversa dela com Haruka, mas aquilo não vinha ao caso no momento.

Egil respirou fundo, como se fosse tudo natural e abriu os braços com um sorriso no rosto.

- É claro que não, minha querida. Pense bem no seu futuro, vai ser melhor para todo mundo!

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